Vamos começar entendendo o que são os alimentos industrializados? São produtos alimentícios que passam por processos de fabricação para alterar suas características originais, como sabor, textura e prazo de validade. Esses processos incluem a adição de conservantes, corantes, aromatizantes e outros aditivos. A principal vantagem desses alimentos é a conveniência e a praticidade que oferecem, pois são fáceis de armazenar, preparar e consumir. No entanto, o impacto na saúde depende significativamente do grau de processamento que esses alimentos sofrem.
Categorias de Alimentos Industrializados
Os alimentos industrializados podem ser divididos em três categorias principais: minimamente processados, processados e ultraprocessados.
- Minimamente Processados: São alimentos que passam por processos simples como congelamento, secagem ou pasteurização, sem adição significativa de substâncias químicas. Exemplos incluem vegetais congelados, frutas secas, leite pasteurizado e alguns tipos de iogurte sem adição de açúcar ou conservantes.
- Processados: Esses alimentos tiveram ingredientes adicionados para prolongar a vida útil ou melhorar o sabor. Exemplos incluem atum enlatado, feijão enlatado, pães integrais, queijos e algumas marcas de mostarda sem conservantes.
- Ultraprocessados: Contêm ingredientes artificiais e substâncias não utilizadas em preparações culinárias caseiras, como gorduras hidrogenadas, xaropes de glicose, emulsificantes e realçadores de sabor. Exemplos comuns incluem refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados, salsichas, nuggets e refeições prontas congeladas.
Doenças Associadas ao Consumo de Ultraprocessados
O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados tem sido associado a diversas condições de saúde adversas. Dietas ricas em ultraprocessados, por conterem grande quantidade de gordura e açucar, podem levar ao aumento do risco de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e até mesmo alguns tipos de câncer. Além disso, há uma crescente evidência de que o consumo excessivo desses alimentos pode estar relacionado ao desenvolvimento de doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa.
Impacto dos Ultraprocessados na Saúde Intestinal
O impacto dos ultraprocessados na saúde intestinal é particularmente preocupante e atualmente é pauta frequente no mundo científico e da pesquisa básica, portanto ainda não é possível fazer conclusões claras. Entretanto, alguns estudos têm mostrado que a ingestão frequente desses alimentos pode alterar a composição da microbiota intestinal, favorecendo o crescimento de bactérias nocivas e a inflamação. Isso pode contribuir para o desenvolvimento de doenças inflamatórias intestinais e outros problemas digestivos. Além disso, os aditivos presentes nos ultraprocessados, como emulsificantes e conservantes, podem danificar a mucosa intestinal e aumentar a sua permeabilidade.
Dicas para Reduzir o Consumo de Ultraprocessados
Para manter uma dieta mais saudável e reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, considere as seguintes dicas:
- Leia os Rótulos: Verifique os ingredientes e escolha produtos com menos aditivos químicos e ingredientes artificiais.
- Cozinhe em Casa: Preparar refeições em casa com ingredientes frescos permite maior controle sobre o que você consome.
- Escolha Alimentos Minimamente Processados e Processados: Opte por alimentos que passaram por processos menos intensivos e que mantêm a maioria dos nutrientes. Exemplos incluem vegetais congelados, frutas frescas, atum enlatado sem óleo e iogurtes naturais.
- Prefira Produtos Sem Conservantes: Algumas marcas de mostarda, molho de tomate e patês oferecem versões sem conservantes e aditivos artificiais.
- Inclua Alimentos Naturais: Insira mel, oleaginosas (como nozes e amêndoas), azeite de oliva e temperos frescos nas suas preparações culinárias.
- Modere o Consumo de Alimentos Industrializados: Mesmo os alimentos processados que são mais saudáveis devem ser consumidos com moderação e balanceados com alimentos frescos e naturais.
Alimentos Processados que Podem ser Aliados na Rotina
Alguns alimentos minimamente processados ou processados podem ser integrados à nossa rotina diária para facilitar o dia a dia, sem a necessidade de vivermos em uma bolha ou sermos excessivamente neuróticos em relação à nossa alimentação, combinado? Afinal, nutrir-se também está relacionado a momentos de conforto e prazer:
- Vegetais Congelados: Mantêm a maioria dos nutrientes e são práticos para diversas receitas.
- Atum Enlatado: Rico em proteínas e ômega-3, pode ser usado em saladas e sanduíches.
- Iogurtes Naturais: Sem adição de açúcar ou conservantes, são uma excelente fonte de probióticos e cálcio.
- Mostarda sem Conservantes: Pode ser usada para temperar alimentos, adicionando sabor sem muitos aditivos.
- Mel: Um adoçante natural que pode substituir o açúcar em várias receitas.
- Queijos: Variando de frescos a maturados, são boas fontes de cálcio e proteínas, podendo ser consumidos em sanduíches, saladas ou como petiscos.
- Tomate em Conserva ou Molho de Tomate: Pode ser usado em molhos, saladas ou sanduíches, fornecendo licopeno e outros antioxidantes.
Adotar essas práticas no dia a dia pode ajudar a manter uma dieta equilibrada e promover uma melhor saúde geral, reduzindo os riscos associados ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. A chave está em fazer escolhas informadas e equilibrar a praticidade com a qualidade nutricional.
Natália Junkes Milioli – Doctoralia.com.brdranataliamilioligastro.com.br
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