(Os nomes neste relato são fictícios para proteger a identidade dos pacientes.)
Mariana, uma jovem de 26 anos, sempre foi ativa e saudável, mas há cerca de um ano começou a notar sintomas digestivos que passaram a impactar sua rotina. Inicialmente, ela teve episódios de diarreia acompanhados de cólicas abdominais, mas achou que poderia ser algo passageiro. Com o tempo, os sintomas se tornaram mais frequentes e intensos. Ela começou a notar a presença de sangue nas fezes e a necessidade urgente de ir ao banheiro várias vezes ao dia. Foi então que decidiu procurar ajuda médica.
Sintomas (Diarreia) e Avaliação Inicial
Durante a consulta, Mariana descreveu seus sintomas e mencionou que estava se sentindo cada vez mais cansada e debilitada. Ela havia perdido peso sem motivo aparente, e o sangue nas fezes era uma grande preocupação. Diante do quadro apresentado, suspeitei de uma doença inflamatória intestinal, especificamente retocolite ulcerativa, uma condição crônica que afeta o intestino grosso (cólon) e o reto.
Decidi iniciar a investigação com a realização de uma colonoscopia, acompanhada de exames laboratoriais e de fezes para avaliar a presença de inflamação e descartar infecções.
A colonoscopia revelou inflamação contínua no cólon, começando no reto e se estendendo para o cólon sigmoide. As biópsias confirmaram a presença de retocolite ulcerativa. A inflamação observada estava limitada ao revestimento superficial do cólon, sem lesões profundas, característica típica dessa condição.
A retocolite ulcerativa é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca erroneamente o revestimento do intestino, causando inflamação e úlceras. Seus sintomas incluem diarreia crônica com sangue, dor abdominal, urgência para evacuar e, em casos mais graves, febre, perda de apetite e fadiga.
Tratamento
Com o diagnóstico confirmado, discutimos as opções de tratamento para ajudar Mariana a controlar a doença. Iniciamos com um medicamento específico para o trato gastrointestinal, a mesalazina, administrada por via oral e por supositórios, para tratar tanto a inflamação no reto quanto no cólon.
Nos casos mais graves ou quando o tratamento com mesalazina não é suficiente, podemos usar corticoides para controlar rapidamente os sintomas, seguidos de imunossupressores ou medicamentos biológicos para manter a doença sob controle a longo prazo. Felizmente, Mariana respondeu bem à mesalazina, e em poucas semanas, seus sintomas começaram a diminuir. As evacuações se tornaram menos frequentes, o sangue nas fezes desapareceu, e a dor abdominal foi reduzida.
Além da medicação, discutimos a importância de mudanças no estilo de vida para controlar a doença. Recomendei que Mariana adotasse uma dieta balanceada, evitando alimentos que pudessem irritar o intestino durante as crises, e que mantivesse uma rotina regular de exercícios, o que também pode ajudar a reduzir o estresse, um fator que pode piorar os sintomas.
Mariana entendeu que a retocolite ulcerativa é uma condição crônica, com períodos de remissão e crises. O objetivo do tratamento é manter a doença em remissão, minimizando os sintomas e prevenindo complicações. Mantivemos um acompanhamento regular, ajustando o tratamento conforme necessário. Com o tempo, ela aprendeu a identificar os primeiros sinais de uma possível crise e a tomar medidas para evitá-la.
Hoje, Mariana leva uma vida praticamente normal, com a retocolite ulcerativa bem controlada. Embora ainda enfrente desafios ocasionais, ela aprendeu a conviver com a doença e a fazer as escolhas certas para sua saúde.
A retocolite ulcerativa pode ser uma condição desafiadora, mas com o diagnóstico precoce, tratamento adequado e mudanças no estilo de vida, é possível controlar os sintomas e manter uma boa qualidade de vida.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando sintomas semelhantes, não hesite em procurar orientação médica para uma avaliação completa!
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