Dra. Natália Junkes Milioli

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    Dra. Natália Junkes Milioli

    15/01/2024

A doença inflamatória intestinal (DII) é uma condição autoimune que tem como principal alvo o trato gastrointestinal, manifestando-se principalmente nas formas de doença de Crohn e retocolite ulcerativa. Enquanto os gatilhos exatos para o surgimento da DII ainda são em grande parte desconhecidos, a questão que permanece é: será que nossos hábitos alimentares desempenham algum papel nesse complexo quebra-cabeça?

Recentemente, um artigo interessante reuniu dados de diversos estudos, em sua maioria observacionais, na tentativa de desvendar o papel dos alimentos ultraprocessados no desenvolvimento da doença. Esses estudos ferecem insights valiosos sobre a possível relação entre nossa dieta e a saúde do trato intestinal. Vamos entender melhor isso?

Os resultados indicam uma associação significativa entre o consumo desses alimentos e o aumento do risco de desenvolver a doença inflamatória intestinal nos indivíduos predispostos geneticamente. Os ultraprocessados, comumente ricos em gorduras saturadas, açúcares e substâncias químicas, parecem desencadear respostas inflamatórias que podem agravar a condição em indivíduos suscetíveis.

Mas e que são os alimentos ultraprocessados?

Os alimentos ultraprocessados são produtos que passam por diversas etapas de transformação industrial, muitas vezes resultando em uma composição rica em aditivos, corantes, estabilizantes e outros ingredientes pouco familiares.

Para ficar mais fácil de identificar aqui estãos alguns exemplos de alimentos pertencentes à este grupo:

  • Refeições Prontas: Produtos que estão prontos para o consumo, como lasanhas congeladas, pizzas industriais, e pratos pré-cozidos.
  • Fast-Foods: Hamburgueres, batatas fritas, nuggets e outros alimentos frequentemente encontrados em redes de fast-food.
  • Bebidas Açucaradas e Energéticas: Refrigerantes, sucos industrializados, e bebidas energéticas que muitas vezes contêm altos níveis de açúcares e aditivos.
  • Snacks Embalados: Salgadinhos, biscoitos, bolachas e outros petiscos que passam por processos intensos de fabricação.

O Que Isso Significa para Você com Doença Inflamatória Intestinal?

Se você enfrenta a doença inflamatória intestinal, ou possui algum familiar próximo com este diagnóstico, é hora de prestar atenção especial à sua dieta. Evitar ou reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados pode ser uma estratégia importante para gerenciar os sintomas e promover a saúde a longo prazo do seu trato gastrointestinal.

Em vez disso, dê preferência a alimentos frescos e minimamente processados, ricos em nutrientes essenciais.

Comece tentando incluir na sua rotina boas escolhas:

  1. Frutas e Vegetais Frescos: Priorize frutas e vegetais variados, sendo excelentes opções para lanches ou acompanhamentos.
  2. Grãos Integrais: Opte por arroz integral, quinoa, aveia e outros grãos integrais em substituição às versões refinadas.
  3. Proteínas Magras: Escolha fontes de proteína magra, como peito de frango, peixe, ovos e leguminosas.
  4. Laticínios Naturais: Prefira iogurte natural, queijo cottage ou leite sem adição de açúcares e aditivos.
  5. Frutos Secos e Sementes: Inclua amêndoas, nozes, chia e linhaça para um aporte saudável de gorduras e nutrientes.
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Conclusão: O Poder da Escolha Consciente

Embora a relação exata entre dieta e doença inflamatória intestinal ainda necessite de mais estudos, os indícios apontam para a importância de escolhas alimentares conscientes. Ao tomar medidas para reduzir o consumo de ultraprocessados, você não apenas cuida da sua saúde intestinal, mas também fortalece seu papel ativo no gerenciamento da DII.

Lembre-se, cada decisão alimentar é uma oportunidade de promover o bem-estar do seu corpo. Consulte seu profissional de saúde para orientações personalizadas e embarque nessa jornada de autocuidado e controle da sua saúde intestinal.

Natália Junkes Milioli – Doctoralia.com.br

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